quinta-feira, 23 de junho de 2016

Onírica

"[...]eu tive que ir embora mesmo querendo ficar[...]
Cidade Negra - Onde você mora


Posto que consumida
Em sucessivos negaceios
No calar do dia
Me vejo por ti
Habitada,
Ainda.
Como a maré
Que traga os céus brasis
Você em mim
insiste âncora:
Na boca que, saudosa,
Saboreia o doce orvalho
Que é saliva e mel das matas
Virgens
Impenetráveis;
Nos olores de inebriar
Sujeito do mais são.
Desperta,
Amanheço em teu riso
Delineando lembranças
Na retina.
Dilemas arrolando
Ao pulsar do relógio
Que, aturdido, me encara
Como fosse um alerta:
Traz à tona
O que eu, inútil,
Afasto

           -prainha branca: out/2015-